Swok arranha a janela no meio de julho. Estou presa ao silêncio insólito da fumaça e da rua enevoada. Chocolates recheados e uma dúzia de laranjas doces. Relógios que não se movem, mas quando o fazem tocam peças de música. Milenium. Bilhetes. (Lizbeth também come pizzas congeladas em Estocolmo). Um ramo de avelãs licorosas e diabólicas biografias com intenções ficcionais. Matilhas refletem seus dentes afiados no canto do quarto. Um rio risca minha veia e vem o sussurro: um dia será abril de novo, um abril diáfano de noites ladrilhadas em azul. Um mercadejar de sedas, nozes-moscadas e narguilés. Isso se prevê ao olhar do outro lado da rua, a casa descascada e cinzenta. Se eu fosse sincera, diria que tenho saudade. Mas, não sou. Sou dissimulada, leviana e passageira.
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