O Caderno Lilás de Karim Blair

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Mandrágoras, escorpiões lentos, espíritos de pequenas corujas que se foram: noctâmbulas e traídas. Assim eu descrevia os olhos que me acompanhavam pelas ruas. Uma garoa antiga & álacre alojou-se nos meus cílios. Depois disso as escritas banhadas a prata com uma camada de ródio por cima: pequenas e espessas, quase imperceptíveis. As anotações ao pé da página apontavam para cartas náuticas sem as latitudes e longitudes: os portulanos. Com seus olhos grandes e azuis, você ocupou um espaço a mais sábado de madrugada: a sala ficou pequena e impensável, e nela mal cabia minha tradução de desejo sob o frio de junho. — Anote o meu celular, você disse há um ano, e eu nem lembro porquê.