O Caderno Lilás de Karim Blair

sexta-feira, 23 de novembro de 2012



Temperatura: alta para uma noite de novembro. Chocolate: Laka, branco. Lembrança: o ano passado, pela primeira vez, sentada no ambulatório. Trem: litorina das 22h com destino a Campinas, com paradas em Jundiaí e Valinhos. (o nome se deve ao fato de Mussolini ter viajado para Littoria numa dessas locomotivas a diesel). Ladeira: a do templo da rua São Joaquim: o coração de Buda. Descanso: a cerimônia do chá. Retorno: um dia, ao leão de pedra do Gonzaga. Insinuação: blusa rosa de seda com botões de madrepérola num tom de rosa mais claro. Escrito isso, fecho o diário. Quero algumas borboletas sobrevoando o teto do meu quarto e apêndices rabiscados nas obras completas de Tchekhov. Herdei um arquivo, uma bolsa de couro desgastada, grãos de milho para plantio e um broche de prata. Um espelho trafegava pelo meu rosto em ondas curtas. Sonoro e viável.