O Caderno Lilás de Karim Blair

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


É para você que escrevo, pequeno grande homem: muita chuva e um frio ocasional em São Paulo 
Poème em prose e um pijama desbotado à escrivaninha, deixando a mão percorrer histórias obscuras de cabarés & lupanares. Resista, se estiver aí. Resista, se estiver aqui.
Ainda temos o mesmo céu de amianto que te descobre e protege, que te engana e encoraja. Os outdoors caíram aos poucos e a cidade ficou mais densa. Mais febril e terna, mais veloz e desconcertante. Temos saudade de você: eu e ela.
Postais do leão de pedra da praia e das amendoeiras do jardim pregados com alfinete no mural da esquerda. As janelas das percepções. Provas tipográficas e fotos descoloridas. É para você, pequeno grande homem que escrevo agora: como num filme do demolido Astor, em que o protagonista faz anos e ganha uma caixa de madeira chinesa que tem um segredo para abrir. Ela está aqui, agora: abra-a.
E seja, com parcimônia e leviandade, feliz.